Localizado entre Antonio Bezerra, Henrique Jorge e Genibaú, periferia de Fortaleza, o bairro Autran Nunes é conhecido também pelo apelido de alto do bode. Mas também já foi chamado de Caoca e Alto do São Vicente
O bairro, Autran Nunes, vive um tempo muito diferente de quando era chamado de Alto do Bode. No início, era tudo barro vermelho. E muito mato. E a fama não era das melhores. Diziam que lá só dava ladrão. E gente morta aparecia vez por outra no meio dos arbustos.O lugar era quase completamente desabitado.
No ido dos anos 1960,um casal de comerciantes Raimundo e Raimunda,mantinham uma criação de cabras. Nesse tempo, o vizinho, que também criava bodes, sentiu falta de um par de novilhos. Deram conta de que os animais estavam amarrados no Alto do São Vicente (a região onde fica o atual Autran Nunes, que, num primeiro momento, ainda teve o nome de Caoca). Os novilhos não foram recuperados nem o ladrão localizado, mas a nova alcunha pegou.
Ainda hoje o lugar é lembrado pelo antigo apelido. Mas o nome certo é Autran Nunes em homenagem a um juiz de direito.
Apesar de tantas histórias de sangue, que aparecem nos programas policiais, o bairro - que registra mais de 60 anos - parece uma cidadezinha de interior. Cadeira na calçada é o dia todinho. Conversa de comadre na janela e papo no pé do muro também. As pessoas ocupam as ruas. À pé, de bicicleta. Quase todo mundo se conhece. O horário da calmaria geral é ao meio-dia. O comércio fecha, as portas das casas também. Tudo fica na grade e no cadeado. É um silêncio só. Hora de almoçar e dormir um pedaço. (E proteger-se de qualquer tentativa de assalto, muito comum por essas horas). As construções modestas são todas coladas umas nas outras, formando uma paisagem irregular. A maior parte das casas é de alvenaria. Algumas de taipa são vistas às margens do rio Maranguapinho e da Lagoa do Genibaú.
As principais vias são a avenida da Liberdade, a rua Professor Virgílio de Moraes (a única por que passa linha de ônibus) e a rua Tomaz Cavalcante (onde fica o posto de saúde, duas igrejas católicas e uma creche). O ponto de encontro do bairro é a Praça da Lagoa e o calçadão do Rio Maranguapinho.
Fonte: Jornal O Povo
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